terça-feira, 14 de outubro de 2008

6. Ideia de Projecto (síntese)

A ideia para o projecto, prende-se com a exploração do complexo fenómeno do sonho (Chuang-Tzu), vários aspectos da memória, combinando com o conceito de simulacro (Mario Perniola) e as interacções que as pessoas têm entre si e com os objectos e espaços, bem como os sentidos que lhes dão. As pessoas, ao recordarem-se de uma dada situação podem ou não recordar-se dos objectos/espaços/pessoas circundantes. Há objectos/espaços/pessoas que acabam por definir certas situações – esses ficam mais vincados na memória (são decisivos, têm peso); outros que apenas presenciaram ou deram lugar a algum acontecimento – estes já são remetidos para mero cenário (são uma sombra, insignificantes, leves), ou não. Pretendia criar várias situações independentes de vivências – a serem determinadas por quem interagir com o projecto -, nas quais focaria a atenção para um determinado objecto. Esse objecto seria a forma transfigurada de um ser (X). Em todas as situações, (X) apareceria como um objecto/espaço/pessoa pertencendo ao pano de fundo da cena, não decisivo para o momento. No entanto, (X), por breves instantes, faria despoletar na(s) pessoa(s) intervenientes na situação uma lembrança – a ser determinada por quem interagir com o projecto . Essas lembranças poderiam ou não seguir para relatos escritos ou orais de sonhos pessoais ou de outros a entrevistar. (X) percorria assim uma “viagem” entre várias situações/mundos/“planetas” numa espécie de vários sonhos encadeados e cruzados, que se podem quase repetir ou não, simulando-se na forma de objectos/pessoas/espaços que despertam memórias noutras pessoas, em certas situações, que poderão hipoteticamente evocar à reflexão de certos assuntos.


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